A doença viral ebola já fez centenas de mortos na África neste ano e ameaça alastrar-se para outros continentes. Veja o que sabemos sobre ela:
São Paulo -- Desde que surgiu, em 1976, a ebola tem levado a melhor sobre cientistas,médicos e pacientes. Essa doença viral é mortal em 90% dos casos. O surto deste ano, na África Ocidental, já matou centenas de pessoas.
Há anos, pesquisadores tentam desenvolver vacinas e medicamentos para tratar a ebola, mas até agora não tiveram sucesso. E há o temor de que a doença se alastre pelo mundo.
Veja 15 coisas que extraímos de um guia da Organização Mundial de Saúde sobre a ebola:
Vírus
A ebola é provocada por vírus do gênero Ebolavirus. Apareceu pela primeira vez em 1976, quando houve dois surtos simultâneos – um no Sudão e outro no vale do rio Ebola, na República Democrática do Congo. O nome veio de lá.
Espécies
São conhecidas cinco espécies de ebolavírus. Três delas – ebolavírus Bundibugyo, ebolavírus do Zaire e ebolavírus do Sudão – são mais perigosas para os humanos. Essas três ocorrem na África Central e na África Ocidental.
Geografia
Há outras duas espécies consideradas menos perigosas: ebolavírus da Tailândia e ebolavírus Reston. Este último é encontrado na China e nas Filipinas.
Hospedeiro
Cientistas acreditam que os hospedeiros originais do ebolavírus sejam morcegos frutívoros, que são comuns na África Subsaariana. Mas outros animais, como macacos e humanos, podem ser hospedeiros acidentais.
Animais selvagens
Na África Subsaariana, a ebola é frequentemente transmitida por animais selvagens. Já foram documentadas infecções em pessoas que manusearam chipanzés, gorilas, morcegos, antílopes e porcos-espinho que estavam mortos ou doentes.
Animais domésticos
O ebolavírus Reston já foi responsável por contaminações em fazendas que criam porcos e macacos na China e nas Filipinas. O vírus foi encontrado em macacos filipinos exportados para os Estados Unidos e para a Itália.
Os animais não ficam doentes, o que mostra que são resistentes a esse vírus. Mas podem contaminar os humanos.
Ebolavírus Reston
Embora o ebolavírus Reston não seja considerado perigoso, a OMS vê risco potencial de ele provocar ebola em pessoas com sistema imunológico enfraquecido.
Humanos
Nos humanos infectados, o vírus é encontrado em fluidos corporais e tecidos orgânicos. A transmissão geralmente acontece pelo contato direto entre uma pessoa infectada e outra saudável.
Precauções
A OMS tem focado suas campanhas na África em três cuidados para evitar contaminações por ebolavírus:
* não tocar em animais selvagens (se for necessário fazê-lo, usar luvas)
* cozinhar bem a carne e outros alimentos de origem animal
* evitar contato físico com pacientes
Sintomas
Quando uma pessoa é contaminada, demora de 2 a 21 dias para os primeiros sintomas aparecerem. São febre, fraqueza, garganta inflamada, dores musculares e de cabeça.
Com o tempo, surgem vômitos e diarreia; e o funcionamento do fígado e dos rins fica comprometido. Em casos graves, ocorrem hemorragias internas ou externas. Por isso, a ebola já foi chamada de febre hemorrágica.
Outras doenças
Há outras doenças com sintomas similares aos provocados pela ebola. A OMS cita, entre outras, malária, febre tifoide, cólera, leptospirose, meningite, hepatite e outras febres hemorrágicas. Por isso, é preciso ter cuidado ao diagnosticar a doença.
Laboratório
A confirmação do diagnóstico é feita por meio do exame de sangue. Há uma variedade de métodos para identificar o vírus no laboratório. Pode-se isolá-lo por meio de cultura de células, observá-lo ao microscópio eletrônico ou detectar enzimas produzidas como reação à infecção, por exemplo.
Tratamento
Não há tratamento específico para a ebola. Os médicos procuram isolar o paciente e tratar os sintomas da doença, além de combater eventuais infecções oportunistas.
A desidratação é comum nesses casos. Por isso, além de tomar reidratantes orais, o paciente pode receber soro por via endovenosa. Casos severos exigem cuidado hospitalar intensivo.
Mortes
Além de não haver tratamento eficaz contra a ebola, a precariedade dos serviços médicos nas áreas onde a doença ocorre contribui para a elevada taxa de mortalidade. 90% das pessoas infectadas morrem.
Persistência
Pacientes que se recuperam da ebola continuam sendo portadores do ebolavírus por algumas semanas. O vírus foi encontrado no sêmen de um paciente 61 dias depois da eclosão da doença nele.
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