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25/08/2014

África e a origem dos conflitos (Pag 28 do C.A)

Os africanos nao tem nenhuma necessidade de copiar as instituições liberais do Ocidente para conciliar a estabilidade e a equidade. Entretanto, eles devem adquirir a capacidade de defender os seus direitos, inclusive contra os seus governos, e dotarem‑se das organizações necessárias para travar este combate. Os dirigentes tendem invariavelmente a sucumbir a arbitrariedade, quando nao existe contra‑poder organizado capaz de opor‑se aos seus excessos. O deficit de competências é uma das causas da violação permanente dos direitos humanos em Africa.

A Partilha de África
Entre os séculos VII e VIII, o norte da África foi conquistado pelos povos árabes que propagaram o islamismo na região. Isso explica o domínio da língua árabe e da religião muçulmana nesta porção sobresaariana do território e parte da subsaariana, já que o deserto era atravessado por caravanas que transportavam marfim, ouro e escravos até os reinos sudaneses. Hoje, a região do Sahel (envolve os países: Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Mali, Níger, Chade, Sudão, Djibuti, Somália e Etiópia) apresentam população entre 50 e 90% muçulmana.
A África chamada de não-árabe passou a ser designada de “África Negra” ou Subsaariana com tráfico de escravos inicialmente conduzido pelos árabes, mas desde o século XV a África passou a ser subjugada pelos europeus. Por quase quatro séculos, Portugal, Espanha e Inglaterra levaram para o continente americano mão-de-obra escrava capturada na África (calcula-se 12,5 milhões de africanos, sendo 4 a 5 milhões no Brasil).
A disputa pelos territórios africanos acirrou as desavenças entre as potências. Para resolver o impasse, os países envolvidos realizaram a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885. O encontro definiu a partilha do continente entre as principais nações europeias, criando fronteiras artificiais, sem levar em conta os territórios das etnias nativas. Apenas a Libéria – nação formada por escravos e ex-escravos norte-americanos – e a Etiópia mantiveram-se independentes.


Esquecida pela Globalização e imensa em pobreza, fome, doenças e conflitos, a África é rica em recursos naturais cobiçados por regiões mais prosperas.
Na primeira década do século XXI, dados sobre o continente africano mostram uma pequena melhora em relação aos indicadores das décadas anteriores. Diante de seus baixos índices econômicos e sociais, há quem possa afirmar que seria impossível piorar: isso, infelizmente, não é verdade.
De 2000 a 2006, houve um aumento médio de 2% no PIB per capita (Produto Interno Bruto por habitante), contra o decréscimo de 0,7% na década anterior. Dados por habitante têm a limitação de estabelecer uma média inexistente na realidade, pois ignora as diferenças de riqueza entre as várias camadas da so­ciedade. Mas mesmo os índices de de­senvolvimento humano (IDH) dos países africanos, nos quais se consideram dados sobre renda, saúde e educação, mostram sucessivas elevações, embora ainda sejam os mais baixos do planeta.
Entre os principais responsáveis pelo crescimento econômico estão os países exportadores de petróleo – Angola, Ca­marões, Chade, os dois Congos, Guiné Equatorial, Gabão e Nigéria – e de mi­nérios estratégicos. Entretanto, mesmo entre outros países da África Subsaariana, registrou-se melhoria no desempenho da economia no último período, especial­mente pela alta no preço de produtos agrícolas (commodities). Há evidências de que o progresso beneficie sobretudo uma elite, pois há um aumento da de­sigualdade de renda nesses países: em 1975, os 10% mais ricos da população subsaariana recebiam 10,5 vezes mais que os 10% mais pobres; em 2005, essa relação cresceu para 18,5 vezes.



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